sexta-feira, 23 de agosto de 2019

CARPE DIEM



Carpe diem significa aproveite o dia (o agora). Vem da frase do poéta romano Horácio (65 a.C. - 8 a.C.), no Livro I de "Odes", em que aconselha a sua amiga Leucone na frase: "... carpe diem, quam minimum credula postero". 

O significado é extensivo e pode ser traduzido como " ... colha o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã".


A sabedoria de Horácio nesse conselho é imensa. Ele diz a Leucone que o hoje é o que há agora e o que pode ser tangível, e que não é somente aproveitar o presente dia (ou tempo) mas também cuidar da incerteza do futuro, que as coisas dadas como certas são muito relativas e não podemos fazer muita coisa quanto a isso.

As Escrituras nos ensina: "Não vos enquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal." (Mt 6:34, ACF - Bíblia Online). Eu gosto mais da tradução que diz: " Portanto, não vos enquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal (ARA).

Aplicando a sabedoria das Escrituras no sábio conselho de Horácio, carpe diem não é levar o dia de qualquer jeito, sem responsabilidades, como se não houvesse amanhã. O amanhã há, e para Deus já até houve. 

Carpe diem então seria gerir o que há de bem no presente de modo que o futuro traga mais coisas boas do que ruins. É semear o bem para colher uma safra de coisas boas, é confiar que o Eterno cuida de nós, quando nós plantamos o bem.

Temos que organizar a carga da vida e seguir em fé, as prioridades e implicações das nossas ações, para suportarmos a caminhada da vida, o peso da carga de hoje.

No mesmo capitulo das Escrituras citado acima diz: " ... Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado (medida do tamanho do antebraço, mais ou menos 50 cm) ao curso da sua vida?" (ARA). A verdade é que temos muito pouco a influenciar no amanhã, mas no que cabe a nós, de forma leve e confiante no Eterno, devemos seguir.

Quando tudo parece bem, um vento mais desfavorável nos balança fortemente e até derruba, mas para nos balançar e derrubar temos que, necessariamente, estar de pé.

Temos então duas atitudes no nosso hoje. Vivemos em pé, caminhando na vida confiantes e firmes, sabendo que ventos virão, e virão mesmo, não se iluda, mas contamos com a ajuda do Eterno que conhece o amanhã e conhece nossas forças, ou vivemos prostrados e inoperantes com medo dos ventos fortes que poderão vir ou não, agregando ao presente a carga do amanhã.

Eu acrescento na minha vida, à essa equação, a fé no Eterno, naquele cujas coisas foram criadas e subsistem, naquele que manda ventos de tempestades cessarem, naquele que nos atende até na nossa falta de fé, que nos estende a sua onipotente mão e não nos deixa sermos sugados pelas águas turbulentas e perigosas.

Assim sendo te digo, Carpe diem.