sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

MORO EM ELYON

 Nesta vida, por vezes passamos por adversidades que marcam profundamente a nossa alma, principalmente quando essas vicissitudes advêm da constatação que "deitamos pérolas aos porcos" (MT. 7.6). Somos surpreendidos por ações ou omissões que atingem direta e profundamente a nossa existência, até mesmo o curso da vida, de tal modo que quase podemos ouvir as gargalhadas dos demônios por trás de tudo.

Infelizmente tive o desprazer de vivenciar uma terrível situação dessa natureza em 2021, um ataque à minha alma que certamente deixará cicatrizes para o resto desta minha existência terrena.

No entanto, se disse infelizmente antes, também posso dizer que, felizmente em meio a tudo, desde 17/06/2021 até agora, o Eterno me tem amparado como eu nunca tinha experienciado, exatamente como está escrito no Salmo 91: "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. Porque ele te livrou do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel.”

Durante a fase mais dura dessa tragédia pessoal, em momentos de profunda angústia e decepção, um conhecido cântico baseado dos primeiros versículos deste salmo brotava naturalmente na minha boca de forma sincera e verdadeira, reconfortando a minha alma apesar de até soar estranho naquele momento. 

O salmo fala daquele que "habita" no "esconderijo".

Viver os efeitos disso na pele eu ainda não tinha vivido de forma tão real, num confronto direto. O verbo "habitar" conforme a intenção do texto significa mesmo uma morada, um refúgio, ou seja, um lugar seguro de existir, de estar, de viver.

No versículo 9 se explica a segurança e inviolabilidade dessa morada.

Lembrei-me de mim, ainda muito criança, com medo de ir ao banheiro (casa de banho) durante a noite, por causa do escuro. Numa madrugada, já cansado de sentir medo, tomei a decisão de confiar a minha vida ao Altíssimo, ou Elyon em hebraico. No meu entendimento de criança decidi: "se houver um monstro no escuro e ele me matar, eu vou para o céu viver com Deus". Desde então nunca mais tive medo do escuro e ainda me mudei para outra morada existencial e essa decisão tem norteado a minha existência.

Nitidamente hoje compreendo que "Aquele que habita" é alguém que tomou uma decisão de confiar a sua existência a Deus, independentemente do que lhe sobrevier e reconhece em Deus a sua casa, o seu lugar de habitar para sempre. 

O salmo continua: "...no esconderijo do Altíssimo...” trazendo o entendimento de que as palavras esconderijo e habitação juntas indicam proteção inviolável, a real proteção que vem de Deus e que traz segurança e descanso. Isso porque aqueles que confessam que o Elyon é o seu refúgio vivem essa confissão.

Os versículos 10, 11 e 12 explanam esse cuidado de Deus, porque reconhecemos Nele o nosso refúgio e baluarte (lugar seguro, v.2).

Elyon nos livra das armadilhas demoníacas contra a nossa alma (v.3), "...os laços do passarinheiro" e da "peste perniciosa (perigosa).

Não poderia haver melhor lugar para se estar. Por isso, convido a todos quanto lerem essa partilha de experiência, a fazerem uma mudança: Mudem suas existências, mudem de morada! Deixem de “si mesmos" e partam para o "esconderijo de Elyon”. Se você ainda não o fez, sempre é tempo. E se já o fez, continue...

... assim sendo.