Que devemos fugir de todo tipo de
idolatria é mais que sabido de todos nós, e nem vou-me enveredar pelo básico
disso. O que aqui trago a baila é a idolatria aos códigos, ou seja, o inclinar
à letra, àquilo que intelectualmente se traduz em códigos decifráveis em si
mesmo.
A “letra mata”, e mata porque não
consegue explicar tudo mas somente aquilo que a letra diz. O Senhor disse: “…;
as palavras que eu vos tenho dito são
espírito e são vida” (Jo. 6.63c). Nessa dimensão é que devemos discernir o
que é bom e retê-lo, nessas categorias indecifráveis e transcendentes é que
devemos crer que “quem não ama não
conhece a Deus”.
Nessa atitude mental é que
devemos ler a oração raivosa de Davi desejando mal aos seus inimigos, ao ponto
de pedir que Deus apague seus nomes do Livro da Vida (Sl. 69, vs. 20-28),
concluindo que jamais o Senhor ouviria tal oração (que fazia parte dum cântico
do templo).
Com essa mesma postura é que
devemos observar a atitude de Abraão quando leva seu filho para ser
sacrificado, mas que mesmo sendo impedido pelo Anjo, o escritor de Hebreus nos
revela que tal sacrifício foi concluído.
Nessa atitude transcendente é que
vamos compreendendo a postura do Mestre quando escolhe os piores, pequeninos,
insignificantes e iletrados para serem os seus principais discípulos, e com o
mesmo espírito diz aos cobradores da letra que joguem a primeira pedra à
pecadora.
Enquanto estivermos prostrados a um
conjunto de códigos impostos sem os discernirmos em amor - em Deus, pois Ele é
amor - oraremos fervorosamente como Davi pedindo a morte espiritual de seus
inimigos e faremos a separação do joio e do trigo, coisa que não é da nossa
alçada.
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